O painel, coordenado pelo secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, Feliphe Araújo, reuniu representantes do Piauí, Bahia e Alagoas.
No coração da Zona Verde da COP30, no espaço do Consórcio Nordeste, um debate essencial ganhou forma: como os estados brasileiros estão, de fato, tirando do papel as metas climáticas assumidas no cenário internacional. O painel, coordenado pelo secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, Feliphe Araújo, reuniu representantes do Piauí, Bahia e Alagoas para discutir os avanços concretos, e os desafios da governança federativa em questões climáticas.
Feliphe Araújo destacou a necessidade de fortalecer o federalismo climático no país. “O Brasil só vai cumprir seus compromissos internacionais se estados e municípios caminharem juntos. O Piauí tem colocado isso em prática, oferecendo apoio técnico, planejamento e exemplos que já mostram resultados reais”, afirmou.

Dois projetos piauienses atraíram a atenção do público internacional: o ICMS Ecológico, mecanismo que incentiva financeiramente os municípios que promovem a preservação ambiental, e o Plano de Ação Climática (PLAC), que orienta o estado na redução de emissões e na adaptação às mudanças climáticas. Ambos foram destacados como ferramentas concretas para consolidar o enfrentamento da crise climática como uma política contínua, e não apenas um projeto de governo.
“O ICMS ecológico tem como objetivo apoiar os municípios na implementação das políticas ambientais locais e se tornarem mais resilientes às mudanças climáticas, além disso ele mostra que é possível desenvolver agricultura com baixo impacto, fortalecer comunidades e ainda construir soluções que dialogam com o clima. É agroecologia aplicada na prática, entregando resultados”, destacou o gerente de Mudanças Climáticas da Semarh, Daniel Marçal.

Durante o painel, os três estados detalharam ações de mitigação, como redução de emissões e fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, e iniciativas de adaptação, essenciais para proteger populações vulneráveis em um país cada vez mais exposto a extremos climáticos. A tônica comum foi clara: nada disso avança sem apoio direto aos municípios.
A experiência do Piauí foi apontada como demonstrativa dessa integração. Programas de assistência técnica, incentivo fiscal, planejamento participativo e monitoramento ambiental foram apresentados como estratégias que fortalecem a governança multinível, conceito central no debate climático global.
O painel se consolidou como uma vitrine de casos exitosos de cooperação federativa, reforçando a mensagem de que as metas internacionais de redução de emissões e os compromissos do Acordo de Paris só serão alcançadas se estados e municípios forem protagonistas.

