‘Altamente atípico’: meteorologista explica causas e duração da onda de calor que ganha força no Brasil

Informativo

Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, explica a causa do calorão no país durante esse inverno, abordando sua raridade, os recordes previstos e a previsão de quando os termômetros vão baixar. Pico do fenômeno acontece nesta quarta (23) e quinta (24).

Entenda a onda de calor que ganha força pelo Brasil

Entenda a onda de calor que ganha força pelo Brasil

A onda de calor que atinge quase todo o Brasil ao longo desta semana ganhará força especialmente nesta quarta (23) e quinta-feira (24), explica ao g1 o meteorologista Fábio Luengo, da Climatempo.

No VÍDEO acima ⬆️ , ele detalha:

  1. O que está provocando essa onda
  2. Se esse fenômeno é normal
  3. Quais recordes são previstos
  4. Quando esse calorão vai embora
  5. E se teremos outro evento do tipo nos próximos meses

Em resumo, o especialista explica que a grande massa de ar quente e seco que está sobre o Brasil eleva as temperaturas em todas as regiões do país e esse calor excepcional é resultado da combinação da influência do El Niño, fenômeno que aquece as águas do Pacífico Equatorial, e das mudanças climáticas globais.

“Esse nível de calor durante o inverno é altamente atípico, considerando que as temperaturas, geralmente, são mais baixas nessa estação, com médias de 20 a 25 graus, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste”, diz.

O calorão acontece meses após um alerta da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado em maio. Na época, o chefe da entidade, Petteri Taalas, atentou para a chance de o El Niño provocar recordes de temperatura pelo mundo em 2023.

☀️ Elevadas temperaturas em diversas cidades:

Nesta quarta, segundo a Climatempo, as previsões apontam para 34ºC em Brasília e São Paulo, 37ºC em Campo Grande e até mesmo 42ºC em Cuiabá. Na capital paulista, se esses números se concretizarem, teremos um recorde de calor para agosto, a temperatura mais alta já registrada para o mês desde o início das medições em 1961.

Já na quinta, os termômetros podem marcar 39ºC no Rio de Janeiro, o que também estabeleceria um novo recorde histórico para o mês.

No mapa abaixo, é possível ver na prática os efeitos desse fenômeno.

🟠 Nos estados que estão indicados pela faixa alaranjada, é esperado que as temperaturas fiquem cerca de 3ºC acima da média histórica nos próximos dias.

🔴Já naqueles outros indicados pelos tons avermelhados, os termômetros devem ficar acima de 5ºC ou mais da média.

Como vai ser a onda de calor pelo país. — Foto: TV GLOBO

Como vai ser a onda de calor pelo país. — Foto: TV GLOBO

Ou seja, de modo geral, esse calor excepcional deve afetar todas as regiões do país, embora as que mais devem sentir a elevação das temperaturas são o Sudeste e o Centro-oeste, com máximas perto ou acima de 40ºC em vários pontos. Veja abaixo alguns destaques:

  • Em São Paulo, a Defesa Civil estadual emitiu um alerta em virtude do calor intenso, com especial atenção para as áreas do oeste paulista, onde as temperaturas podem atingir máximas de 40 a 41 graus.
  • Já o Rio Grande do Sul deve ter máximas entre 32°C e 34°C em vários pontos.
  • No estado do Rio de Janeiro, são esperadas máximas à tarde de 36°C a 39°C em muitas cidades, especialmente perto da costa, segundo o serviço de meteorologia MetSul.
  • Para o Triângulo Mineiro, estão previstas máximas de 37°C a 40°C durante a tarde desta quarta-feira (23).

Veja a previsão para a sua cidade clicando aqui.

Na última terça-feira (22), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já registrou altas temperaturas em diversas cidades pelo país. Algumas das maiores temperaturas registradas até as 15h do dia foram em:

  • 🌡️ Bom Jesus do Piauí (PI): 40,0°C
  • 🌡️ Pium (TO): 39,9°C
  • 🌡️ São Miguel do Araguaia (GO): 39,8°C
  • 🌡️ Santa Rosa do Tocantins (TO): 39,7°C
  • 🌡️ Formosa do Rio Preto (BA): 39,7°C

No mapa abaixo, é possível ver a previsão do instituto de mínimas e máximas para as capitais nessa quarta (23) – lembrando que o sistema utiliza uma metodologia diferente da Climatempo, por isso alguns números divergem levemente.

Previsão de mínimas e máximas para as capitais nessa quarta (23). — Foto: INMET/Divulgação

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