Além da seca, os moradores de Caridade do Piauí sofrem com o racionamento de água, que acontece em dias alternados.
Famílias do semiárido piauiense estão deixando de comprar comida para comprar água potável para o consumo. Em Caridade do Piauí, além da estiagem, acontece o racionamento em dias alternados e os moradores muitas vezes ficam sem água para fazer o básico. O tambor de 200 litros custa, em média, R$ 35.
“A situação sem água não é boa porque a gente depende dela para tudo. Quando não tem, a gente tem que comprar. Até que você estando com fome, toma um copo de água, a gente se sustenta. Mas muitos moradores que não têm um prato de comida precisam comprar água“, declarou a dona de casa Teresinha de Sousa.
Seca no PI: famílias deixam de comprar comida para ter água em casa e dividir com animais — Foto: Reprodução/TV Clube
Além da água para o consumo próprio, os moradores também têm de dispor do pouco que conseguem para salvar os seus animais. O agricultor Valdino da Silva relatou que muitas vezes teve que dividir a água, que usa para beber, com os animais.
“A gente tira da boca para repartir com o bichinho porque ninguém quer ver ele morrendo de sede. A vida deles é a mesma que a nossa, então o carinho por eles é o mesmo que o nosso”, declarou.
Racionamento de água em dias alternados
O secretário de Defesa Civil de Caridade do Piauí, Wellington Sousa, explicou que a medida de racionamento de água em dias alternados é necessária porque, neste período de seca, as pessoas utilizam mais água e o bombeamento dos reservatórios acaba sendo insuficiente para atender a demanda da população.
Reservatório seco no semiárido piauiense — Foto: Reprodução/TV Clube
“Hoje a água é ligada 24 horas para o nosso município, então passamos 24 horas sem água da Barragem Poços dos Marruás. Às vezes, há locais mais altos da cidade que passam até mais dias sem água por conta dessa deficiência em bombeamento. A partir de Caridade do Piauí, dos reservatórios que têm, daqui é bombeado a água para Curral Novo e Simões, então, dizem que o bombeamento é insuficiente para atender a demanda nesse período”, afirmou o secretário.
De acordo com a Secretaria Estadual de Defesa Civil, há 400 caminhões credenciados para a região e 102 já irão circular para atender a população no semiárido piauiense.