Escolas fechadas, aniversário cancelado… Brasileira em Israel relata mudanças após início de ataques do Hamas: ‘só funciona o essencial’

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Nayla Trogsbetreger vive há três anos em Israel. Seu marido e dois filhos, de 4 e 8 anos, são franceses. Desde o início do ataque, ela cancelou seus trabalhos e as escolas fecharam.

Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como ficou sabendo do início dos ataques

Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como ficou sabendo do início dos ataques

A fotógrafa brasileira Nayla Trogsbetreger mora em Netanya, a 30 quilômetros ao Norte de Tel Aviv, capital de Israel. Ela contou que as primeiras mensagens que recebeu sobre o ataque do Hamas contra os israelenses no sábado (7) pediam que os judeus, que evitam usar meios de comunicação no sábado, fossem avisados pessoalmente do que estava acontecendo.

“Recebi a mensagem de um vizinho pedindo para alertar os outros religiosos para as crianças não saírem de casa. Fiquei atordoada para saber o que estava acontecendo, foi quando abri o meu Instagram. Comecei a receber vídeos de homens do Hamas em carros com metralhadoras, atirando em quem passava por ali. Depois começaram a chegar informações de que eles estavam entrando nas casas de israelenses e foi daí para pior”, contou.

Desde o início dos ataques, Nayla está trancada em casa com o marido e filhos. Ela e a família são judeus em processo de conversão. O ataque aconteceu no sábado, dia sagrado para os judeus.

“É uma situação que nunca pensei que chegaria nesse ponto. Não é a primeira vez que a gente passa por um conflito […], mas o que aconteceu no sábado eu não tenho nem palavras, não sei explicar o que eu estou sentindo com todas as pessoas mortas e desaparecidas. Seria um dia de muita alegria, com festas programadas no turno da noite”, disse Nayla ao g1.

Só funciona o essencial

Nayla nasceu em Teresina(PI), mas viveu nove anos na Europa e há três mora em Israel. O marido dela e seus dois filhos, de 4 e 8 anos, são franceses. Desde o início do ataque, ela cancelou seus trabalhos e ficou com as crianças, porque as escolas fecharam.

“Só funciona o essencial: supermercados, farmácias. Cancelei todos os eventos e sessões que estavam previstas, e o aniversário da minha filha, que faz 9 anos na semana que vem. A gente tenta manter a calma, para não passar esse estresse para as crianças”, comentou.

Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como sua vida mudou por conta dos ataques

Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como sua vida mudou por conta dos ataques

O conflito não chegou até a cidade onde Nayla mora. Ela e a família têm acesso à energia elétrica, abastecimento de água e internet.

“Só nos resta esperar em casa, com segurança e tentar ajudar o máximo possível de pessoas que estão nessa zona de perigo, seja fazendo doações de comida, de roupas e abrigando pessoas. Só nos resta orar para que tudo termine o mais breve possível”, declarou.

Ataques

Hamas surpreende Israel em ataque com milhares de foguetes — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Hamas surpreende Israel em ataque com milhares de foguetes — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O conflito, que chega ao terceiro dia nesta segunda-feira, provocou a morte de cerca de 1.600 pessoas, sendo 900 em Israel, 687 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia, segundo o balanço mais recente.

Nos últimos dias, sirenes foram ouvidas em várias partes de Israel, incluindo grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Os ataques atingiram prédios e veículos, causando estragos em diversas regiões do país.

O que é o Hamas?

Palestinos assumem o controle de tanque israelense depois de cruzar a fronteira de Israel com Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. — Foto: Said Khatib/AFP

Palestinos assumem o controle de tanque israelense depois de cruzar a fronteira de Israel com Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. — Foto: Said Khatib/AFP

O Hamas é o maior dentre diversos grupos de militantes islâmicos da Palestina. O grupo é classificado como terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, bem como outras potências globais.

O nome em árabe é um acrônimo para Movimento de Resistência Islâmica, que teve origem em 1987 após o início da primeira intifada palestina contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Em sua fundação, o Estatuto do Hamas definiu a Palestina histórica, incluindo o atual território de Israel, como terra islâmica e exclui qualquer paz permanente com o Estado judeu. O documento também ataca os judeus como povo, fortalecendo acusações de que o grupo é antissemita.

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