Nayla Trogsbetreger vive há três anos em Israel. Seu marido e dois filhos, de 4 e 8 anos, são franceses. Desde o início do ataque, ela cancelou seus trabalhos e as escolas fecharam.
![Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como ficou sabendo do início dos ataques Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como ficou sabendo do início dos ataques](https://s01.video.glbimg.com/x240/12013664.jpg)
Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como ficou sabendo do início dos ataques
A fotógrafa brasileira Nayla Trogsbetreger mora em Netanya, a 30 quilômetros ao Norte de Tel Aviv, capital de Israel. Ela contou que as primeiras mensagens que recebeu sobre o ataque do Hamas contra os israelenses no sábado (7) pediam que os judeus, que evitam usar meios de comunicação no sábado, fossem avisados pessoalmente do que estava acontecendo.
“Recebi a mensagem de um vizinho pedindo para alertar os outros religiosos para as crianças não saírem de casa. Fiquei atordoada para saber o que estava acontecendo, foi quando abri o meu Instagram. Comecei a receber vídeos de homens do Hamas em carros com metralhadoras, atirando em quem passava por ali. Depois começaram a chegar informações de que eles estavam entrando nas casas de israelenses e foi daí para pior”, contou.
Desde o início dos ataques, Nayla está trancada em casa com o marido e filhos. Ela e a família são judeus em processo de conversão. O ataque aconteceu no sábado, dia sagrado para os judeus.
“É uma situação que nunca pensei que chegaria nesse ponto. Não é a primeira vez que a gente passa por um conflito […], mas o que aconteceu no sábado eu não tenho nem palavras, não sei explicar o que eu estou sentindo com todas as pessoas mortas e desaparecidas. Seria um dia de muita alegria, com festas programadas no turno da noite”, disse Nayla ao g1.
Só funciona o essencial
Nayla nasceu em Teresina(PI), mas viveu nove anos na Europa e há três mora em Israel. O marido dela e seus dois filhos, de 4 e 8 anos, são franceses. Desde o início do ataque, ela cancelou seus trabalhos e ficou com as crianças, porque as escolas fecharam.
“Só funciona o essencial: supermercados, farmácias. Cancelei todos os eventos e sessões que estavam previstas, e o aniversário da minha filha, que faz 9 anos na semana que vem. A gente tenta manter a calma, para não passar esse estresse para as crianças”, comentou.
![Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como sua vida mudou por conta dos ataques Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como sua vida mudou por conta dos ataques](https://s01.video.glbimg.com/x240/12013676.jpg)
Fotógrafa brasileira que mora em Israel conta como sua vida mudou por conta dos ataques
O conflito não chegou até a cidade onde Nayla mora. Ela e a família têm acesso à energia elétrica, abastecimento de água e internet.
“Só nos resta esperar em casa, com segurança e tentar ajudar o máximo possível de pessoas que estão nessa zona de perigo, seja fazendo doações de comida, de roupas e abrigando pessoas. Só nos resta orar para que tudo termine o mais breve possível”, declarou.
Ataques
![Hamas surpreende Israel em ataque com milhares de foguetes — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução](https://s2-g1.glbimg.com/_9cib6tPnkIA6NeIBxskg5bQyzk=/0x0:1920x1080/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/K/B7JdNDSHmZxu4JbjYDIg/globo-canal-4-20231007-2000-frame-96930.jpeg)
Hamas surpreende Israel em ataque com milhares de foguetes — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
O conflito, que chega ao terceiro dia nesta segunda-feira, provocou a morte de cerca de 1.600 pessoas, sendo 900 em Israel, 687 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia, segundo o balanço mais recente.
Nos últimos dias, sirenes foram ouvidas em várias partes de Israel, incluindo grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Os ataques atingiram prédios e veículos, causando estragos em diversas regiões do país.
O que é o Hamas?
![Palestinos assumem o controle de tanque israelense depois de cruzar a fronteira de Israel com Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. — Foto: Said Khatib/AFP](https://s2-g1.glbimg.com/ZLg-fSh5dfzz1wsXwZEQ1svXRWg=/0x0:5472x3648/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/X/V/4EudXOQ8iy8lHekmPZzw/000-33xp69d.jpg)
Palestinos assumem o controle de tanque israelense depois de cruzar a fronteira de Israel com Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. — Foto: Said Khatib/AFP
O Hamas é o maior dentre diversos grupos de militantes islâmicos da Palestina. O grupo é classificado como terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, bem como outras potências globais.
O nome em árabe é um acrônimo para Movimento de Resistência Islâmica, que teve origem em 1987 após o início da primeira intifada palestina contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Em sua fundação, o Estatuto do Hamas definiu a Palestina histórica, incluindo o atual território de Israel, como terra islâmica e exclui qualquer paz permanente com o Estado judeu. O documento também ataca os judeus como povo, fortalecendo acusações de que o grupo é antissemita.