Conquista científica de estudante da UFPI é reconhecida internacionalmente e fortalece protagonismo do Piauí na astronomia global
Em um feito inédito que une ciência, juventude e identidade regional, a estudante de Física da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Josielly Figuerêdo do Rêgo Leite Sousa, de apenas 19 anos, conseguiu nomear oficialmente um asteroide em homenagem à capital do estado. O corpo celeste, anteriormente identificado como 2023 QY16, agora se chama (792972) Teresina — denominação já reconhecida pelo Minor Planet Center, da Universidade de Harvard, e ratificada pela União Astronômica Internacional (IAU).
A descoberta original do asteroide foi feita pelo Mount Lemmon Survey, nos Estados Unidos. Apesar disso, Josielly teve a honra de propor o nome por meio de sua participação no programa internacional de ciência cidadã “Caça Asteroides” (IASC), uma iniciativa em parceria com a NASA que envolve voluntários na análise de imagens do céu em busca de novos objetos celestes.
Natural do município de União (PI) e residente em Teresina, Josielly iniciou sua trajetória científica ao ingressar, em 2021, no Núcleo de Atividades para Altas Habilidades/Superdotação do Piauí (NAAHS-PI). Foi nesse ambiente de estímulo ao talento jovem que ela teve seu primeiro contato com o programa da NASA — experiência que, além de abrir caminhos na astronomia, a inspirou a criar o perfil “Josielly Universe” nas redes sociais, onde compartilha suas descobertas, reflexões e produções artísticas.
A estudante também se dedica à astrofotografia, arte que une ciência e sensibilidade estética. Seus registros do céu profundo, como a nebulosa de Órion e o asterismo das Plêiades, já foram exibidos em mostras promovidas pelo Observatório Nacional e até mesmo pela NASA. Seu trabalho tem ganhado visibilidade nacional e internacional, tornando-se símbolo de inspiração para outros jovens talentos.
Para o professor Ricardo Macedo, de Canto do Buriti, iniciativas como a de Josielly representam mais que conquistas individuais: “Essa juventude que escolhe investir em ciência e dedicar tempo a projetos de pesquisa demonstra maturidade, visão de futuro e compromisso com a sociedade. Cada passo como esse abre caminhos para novas descobertas e fomenta uma cultura de transformação social, tecnológica e cultural”, afirmou.
O caso de Josielly não apenas reforça o papel da educação pública e do incentivo à pesquisa entre os jovens, mas também projeta o nome de Teresina — e do próprio Piauí — no mapa da ciência internacional. Em um momento em que o país debate os rumos da ciência e da inovação tecnológica, sua história se revela como um exemplo claro de como investimento, apoio institucional e entusiasmo pessoal podem juntos alcançar as estrelas — literalmente.
fonte: Jornalista Flávio Amorim

